Desde que existe o Cartão Zon que ir ao cinema nas Amoreiras se tornou um suplício.
Juntem os bilhetes à borla com o estacionamento à borla e aquelas salas outrora sossegadas e civilizadas transformam-se num viveiro de animais que só agora é que descobriram o cinema e não sabem muito bem o que é que aquilo é nem para que serve.
As salas a abarrotar de gente que pura e simplesmente não se sabe comportar torna a experiência (que ok, foi barata, leve 2 pague 1) numa tortura que só me faz desejar ter pago 6 € para ir ao Monumental ou ao El Corte Inglés (ou 12 €, neste caso, para compensar a dona do cartão, que não sou eu).
Aqueles selvagens conversam como se estivessem em casa, atendem o telemóvel (depois de tocar uns bons 2 ou 3 minutos), dão pontapés nas cadeiras e comem pipocas de boca aberta - precisam sempre de chacoalhar o balde à procura da pipoca perfeita. Para além de que entram na sala depois de o filme ter começado, e novamente depois de ter recomeçado após o maldito intervalo.
Felizmente as vantagens do cartão Zon estão a ficar cada vez menos apetecíveis. Primeiro davam o bilhete de borla. Depois só davam um de borla na compra de outro a preço de 2ª feira. Agora só é um de borla na compra de outro a preço normal. Eu tenho esperanaça que, mais semana menos semana, a "vantagem" do cartão Zon seja do género "pague 3 e leve 2" a ver se aquela gente fica definitivamente em casa a ver os filmes pirateados do Demonoid.
Se alguém que me lê frequenta as Amoreiras (ou as salas Lusomundo em geral, quer-me parecer):
- Não falem durante o filme (é um conceito difícil de entender, eu sei, mas pronto, no cinema está-se em silêncio)
- Entrem antes de o filme começar, ou não entrem.
- Párem quietos com as pernas ou troquem de lugar comigo para ser eu a pontapear-vos as costas o resto do filme.
- Tirem o som ao telemóvel, e mesmo que o toque não se ouça, não atendam as chamadas!
- Comam as pipocas de boca fechada e tirem-nas do balde sem parecer que estão a tocar maracas.
- Se o que querem é estar na marmelada, fiquem em casa ou no carro. É de borla e têm privacidade.
Não estou a pedir muito. A sério que não.
...numa reunião de trabalho algo formal, uma das intervenientes está agarrada a um saco de água quente. (Não, não era eu.)