Mudar de um PC para um Mac é como sair de casa e ir para um hotel.
Perde-se aquele conforto, a familiaridade.
Uma pessoa, em casa, está habituada a conviver com aquela racha na parede, aquela porta que encrava, aquela torneira que pinga e o esquentador que se desliga a meio do banho. Uma gaveta de tralha que só abre com umas pancadinhas no sítio certo e aquele emaranhado monstruoso de cabos atrás do móvel, tão mau que até evitamos lá ir limpar o pó. O calcário nas torneiras, uma infiltração no canto do chuveiro, vizinhos intrometidos e por aí fora...
Problemas e desconfortos reais, mas aos quais nos habituámos e com os quais convivemos já sem consciência do incómodo (e perda de tempo) que nos impõem todos os dias. É a nossa casa, é a nossa vidinha de sempre. Conseguimos viver, comer e dormir ali. Está tudo bem.
E de repente uma pessoa muda-se de armas e bagagens para um hotel. Dos bons.
Nos primeiros dias é aquela sensação de luxo, misturada com um "não me sinto em casa". Mas, ao mesmo tempo, "nunca mais quero sair daqui". Não há "pequenos problemas" (nem grandes), é tudo como devia ser sempre. Um serviço de 5 estrelas.
As instalações são perfeitas, o serviço é rápido e eficaz, a cama aparece feita e o quarto limpo todos os dias. O que precisarmos, só temos de pedir. E é tudo mais bonito e arejado.
Isto tudo só para dizer que, finalmente, fechei as janelas :)
A olhar para a TV assim na diagonal e... o CD da Popota inclui um dueto com o Tony Carreira?!
Já nem o Natal é sagrado?