Se entro num blog e dou de caras com um post que ocupe mais do que um écrã, não o leio.
Tornei-me escrava da usabilidade. Ossos do ofício!
É o que vem hoje no DN sob a forma de crítica/reportagem acerca do novo filme do Indiana Jones.
Um tal de Eurico de Barros ("jornalista" que acaba de perder todo o meu respeito) fez o favor de ir a Cannes ver o filme e depois escarrapachar no jornal todo o enredo - incluindo o final e todos os twists.
E o editor, seja ele quem for, também achou que estava muito bem e resolveu publicar.
Este blog é, praticamente, um Twitter com um aspecto mais giro.
Olhando ali para baixo, raros são os posts com mais de 2 ou 3 linhas e que digam alguma coisa que se aproveite.
Acontece que, pensando bem no assunto, concluí que o (nenhum) conteúdo daquilo que escrevo aqui se deve à falta de anonimato. Entre família, amigos e colegas, muita gente que me conhece sabe que este é o meu blog e espreita de vez em quando. Envergonhadinha como sempre fui, tenho uma dificuldade qualquer em soltar a franga à frente daqueles que me conhecem e que esperam da minha parte determinados tipos de opiniões e atitudes. Há um fenómeno psicológico qualquer (desculpem mas não vou pesquisar o nome) que é precisamente isso: consciente ou inconscientemente, agimos de acordo com o que sabemos serem as espectativas dos outros, e não necessariamente de acordo com o que verdadeiramente sentimos/pensamos - nem sempre, mas muitas vezes.
Isto tudo para dizer que não sei bem que rumo dar a isto. Mudo-me para o Twitter e vou debitando banalidades que não interessam a ninguém? Hmmm...
Não consigo. É demasiado constrangimento (para mim, porque pelos vistos para eles não).
Desta vez não aguentei nem 2 minutos. E neste dia tenho sempre vontade de emigrar.
Aceitando o desafio da Gotinha, seis palavrinhas que essencialmente resumem a minha vida (têm muitos segundos e terceiros sentidos, mas ficam para mim, para não quebrar as regras!):
Eu costumava ter tempo para ler.
Não vou escolher ninguém. Quem vier aqui, sinta-se convidado e diga qualquer coisa se resolver aceitar o convite!