Nos momentos de crise consigo habitualmente identificar dois tipos de pessoas.
Há aquelas que agem de acordo com aquilo que sentem, segundo o tipo e a intensidade das emoções que o momento lhes provoca. São movidas “de dentro” e tornam-se transparentes – para o bem e para o mal, mas transparentes em acções e sentimentos.
E depois há aquelas que agem de acordo com a forma como os outros poderão julgar as suas acções e para quem é muito mais importante o que os outros poderão pensar e/ou dizer sobre o seu comportamento do que a necessidade de agir pura e simplesmente de acordo com o que sentem perante o problema/drama que originou a tal crise.
E estas são as que eu não consigo entender. Quando a crise é grave, grande, dramática, das duas uma: ou não têm os sentimentos que acham que deviam ter e esforçam-se para agir como se os tivessem (senão “parece mal”) ou consideram as opiniões alheias de uma importância de dimensão de tal forma delirante que se sobrepõem ao peso emocional que um problema grave representa para qualquer ser humano normal. Agem e reagem como julgam ter “obrigação” e não como sentem vontade. E isto é pobre, feio e triste, seja numa crise grave ou numa circunstância particularmente feliz.
Apenas uma curta reflexão, depois de assistir, do lado de fora, a um momento de crise.